Amor à Pátria


     
Minha avó nasceu na Alemanha. Viveu na França. Lá percebeu que o custo de vida e as dificuldades enfrentadas eram as mesmas de onde viera.
      Vovó trabalhava para um feirante vendendo peixes. Enquanto o dono da barraca trazia mãos enluvadas, ela sentia suas mãos con-gelarem e os dedos doerem muito (por causa do frio intenso), ao manusear o pescado.
      Seus pais se tornaram agricultores, mas, a cada ano, o frio in-tenso acompanhado de neve matava a plantação.
      Vieram para o Brasil. Meu bisavô comprou uma chácara.
      Traumatizado com os prejuízos que tivera na  Europa, ele cul-tivou apenas uma pequenina parte do terreno. Ao colher o que plantara, vendo seus esforços recompensados, meu bisavô chorou de emoção. Na segunda semeadura plantou em grande quantidade legumes, frutas, verduras etc. Viu as plantinhas romperem a terra, crescerem, florirem e finalmente viu toda a colheita à sua espe-ra...
      Emocionado, ajoelhou-se e beijando o solo disse: - "Este País é bom, sua terra é abençoada!".
      Contei esta história para dizer que os estrangeiros que vêm morar no Brasil - não importa de onde venham - valorizam o nosso País, que os acolhe como se fossem seus filhos.
      Causa-me muita  estranheza que algumas pessoas nascidas no nosso Brasil não o saibam valorizar, não consigam ver as coisas bo-as que nele há. Sou a favor da democracia e do direito de se falar e escrever livremente. Entretanto, creio que se deva tomar cuida-do ao se levar a público palavras que desmoralizam a nação em que se vive e o seu povo. Como querermos que os outros países nos respeitem, se nós mesmos não nos respeitarmos e não respeitarmos o nosso próprio País? Jornais, revistas, sites etc., são veículos de grande grande circulação. Não nos esqueçamos que esses textos publicados serão também novamente divulgados através da televi-são, da imprensa, de telegramas, cartas, e-mail, telefonemas.
      Eles chegarão, de uma forma ou de outra, a vários municípios, estados e países. Ao fazermos, por escrito, comentários jocosos, não podemos, nem devemos generalizá-los, não podemos estendê-los a toda uma população de forma geral, não temos o direito de indiscriminadamente injuriar a todos. Ao generalizarmos, insulta-mos a população em massa e isso significa que estamos insultando também a todos os estrangeiros que aqui vivem, e, esse direito, democracia nenhuma nos dá. Não somos iguais! Nem mesmo os ir-mãos gêmeos univitelinos são iguais. Eles são parecidos fisicamen-te, mas seus gênios, seus sentimentos são diferentes, o modo de ver a vida é diferente, e, suas digitais são diferentes.
      Não é porque algumas pessoas têm vícios reprováveis, que to-dos nós devamos tê-los também. Senão vejamos: seriamos todos assassinos, assaltantes, tarados, estupradores, pedófilos, seques-tradores, viciados, ladrões etc., etc.
      Sou brasileira, adoro o meu País. Não gosto que falem mal de um povo tão sofrido e massacrado por tantas agruras.
      É comum que pessoas que morem em ruas, bairros, cidades, estados e países onde não estejam bem se mudem. Eu mesma mudei de bairro quando me senti estressada por não conseguir dormir por causa do barulho dos barzinhos à noite. Ao mudar-me encontrei a paz desejada. Aconselho a todos que não estiverem satisfeitos com o lugar onde moram, a mudarem-se o mais rápido possível para um local que corresponda às suas expectativas.

Muriel E. T. N. Pokk
Texto registrado em cartório


 

 
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