Diretamente envolvido no 
	assunto, tenho me mantido atento a um detalhe assaz curioso e despercebido 
	de grande parte dos demais seres mortais. Ainda não me caiu sob vistas 
	alguma estatística oficial feita a respeito, apenas escuto falar que a média 
	de vida humana do brasileiro orbita os 75 anos. Todavia, excluindo os óbitos 
	por causas fortuitas (acidentes 
	e assassinatos), 
	as mortes por causas naturais (enfarte, 
	derrame, cardiopatia, pneumonia, AVC, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, 
	etc.) ocorrem na 
	década dos “oitentanos”.
	
	Daí que, a caminho 
	de minha octagésima quarta primavera, sinto-me dentro da área de risco e a 
	cada manhã despertado, agradeço a Deus a dádiva de durante tanto tempo 
	ter-me mantido incólume às mazelas a que estou sujeito, simples mortal que 
	sou em meio a tantos outros milhões de irmãos e colegas etários.
	
	Por osmose, deduzo 
	que ELE aqui me mantém esperando de mim algo mais do pouco que até então 
	tenho feito e procuro fazer mais e mais a cada dia vivido nesta curta 
	passagem aqui por baixo. Mas, por mais paradoxal que possa parecer, ajudar é 
	muito mais difícil do que ser ajudado, acreditem!
	
	Quantas vezes no 
	afã de querer ajudar sou mal interpretado! Ainda assim, sem que precise de 
	autorização formal daqueles que quis aju-dar e não aceitaram, incluo os seus 
	nomes em minhas orações. Disso jamais serei impedido!
	
	
	QUE DEUS ME AJUDE A 
	AJUDAR!,
	
	
	Ary Franco
	(O Poeta Descalço)

Fundo Musical: Abismo de rosas - 
	Dilermando Reis