In decências


De noite,
visto-me de estrelas,
de dia,
capturo RAIOS DE SOL.
Nas entrelinhas e
sobre as mesmas,
em bocca chiuza,
solfejo em sustenidos e bemóis
o que desejo para nós.

Tua ausência,
dor doída
que ao meu ego corrói.
Tua presença,
alegria perseguida,
que minh'alma,
em devaneios,
constrói.

Teus passos,
pelos caminhos,
são tão meus,
que os meus,
já nem vão mais sozinhos,
pois que andam através dos teus.

Sigo lenta e tristemente,
inconformada com tua ausência.

Todavia,
em algum momento,
entrego-me
a inquietantes condescendências
de despojadas decências.

Gina Zilli
27/09/2004



 

 
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