Constatação


Sigo a vida,
sem saber como nem pra onde,
Programei os acontecimentos no passado,
e agora, apenas deixo-me levar,
e, enquanto nada de fenomenal acontece,
entre as mesmices da jornada,
sigo pendurada nas raízes aéreas,
que restaram de ti, em mim.

Já não sou mais apenas eu:
agora, sou uma equação.
Eu: sou igual à soma de nós,
menos o que se foi de mim
contigo.

É involuntária tua presença
povoando tua ausência.
As lembranças, me tomam de assalto,
e eu, rendida, me entrego, sem resistência.

Não sei o que virá.

Por ora,
brinco de balançar,
nas linhas das costuras desmanchadas,
das nossas vidas separadas.


Gina Zilli
19/03/2005


 

 
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