Encarcerada


Para que servem meus olhos, se não te vejo.
Para que servem minhas mãos, se não te toco.
De nada adianta Deus, me dar os pés se a cada dia distantes, já
é impossível de te alcançar.

Tudo parece frio e tosco, como uma parede lisa sem brilho,
sem um quadro para enfeitar.
No chão que piso, só me recordo de pedras úmidas do cheiro
do mofo.
Do barulho ao longe do mar.

Das grades, que me prendem, ressalta a ferrugem, que corroí o
tempo gasto em te amar.
Em cárcere que pecado fiz eu, eu só fiz amar e sonhar!
que me resta agora!
Se não só a espera do féretro para me libertar.

madrugada adentro.

Yvonne Anita Müller
Atibaia


 

 
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