Tempestades


Era tão pesada minha aparência
Mal podia respirar...fatigava-me tudo
Ao menor esforço sentia-me cansada
Sobrevivente de um tenebroso temporal
Fuzilavam-me coriscos, ribombavam trovões
E uivavam vendavais lamacentos de explosões
Tempestades cruéis rasgaram minha vida
Dilacerando minh'alma e rasgando minhas vestes
Torrentes desceram em fios de ouro e cristal
Das nuvens noturnas me ameaçando afogar
Sou sobrevivente, renasço sempre e sempre
Surjo gloriosa como mulher agraciada pelos Deuses
Cessaram as águas, calaram-se os ventos...
Fiquei lavada da poeira da estrada deste mundo ignoto
E fico eu, somente eu,que a feroz tempestade provou
Mas não conseguiu me roubar...

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 15/10/2002



 

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