Quem sou eu?


Sou fera ferida, banida da vida
Por todos esquecida e sempre agredida
Sou sombras soturnas da noite escura
Poluída e maltratada pelas mentes insanas
Eu sou do mundo, sou perdida e banida
Sou a volúpia que cafunga moitas e matas
Absorvendo dos prazeres sobre as folhas
Sou a sombra de um destino amargo e forte
Que a vida premiou com a sorte de névoa esvaecida
Sou a passageira de um andante qualquer da noite
Sou a que dá prazer e nada pede
Sou poluída! sou lamparina dos vagalumes acesos
Sou o teu caminho de todas as noites
Despojando líquido, gozo e prazer noturno.
Sou Rose, alguém que veio ao mundo, sofreu,
Chorou, se perdeu e nunca se encontrou.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 10/08/2001



 

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