Quarto escuro


Preciso te dizer do que sinto em meu peito
Quando deito e não te encontro ao meu lado
As paredes do meu quarto ficam uniformes
Não há brilho nem luz e sinto-me perdida
Levanto sem rumo rolando lágrimas de angustia
Esbarro nas coisas que você tanto amava e deixou
Procuro no ar, já viciado,
vestígios de tua respiração
Testemunha ocular
dos barulhos e ais de nossas noites
Passo a mão pela cama fria querendo te sentir
Mas tudo é escuro, inerte, sem brilho, alma e vida
Os lençóis de linho já não guardam o teu perfume
No banheiro o sabonete a espera de nossos corpos
Volto para cama, só sombras invadem minha mente
Ansiosa, triste e desesperada espero o dia amanhecer
Para que um novo dia leve minhas lágrimas noturnas
Deixando um novo sol entrar no meu quarto escuro
Me dando amor, muito amor e calor estrelar.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 03/05/2002



 

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