A entrega do corpo ao amor


Deitada na cama...
rolo para lá... para cá..
inútil... não consigo dormir!
Meus pensamentos viajam...
me transportam, para onde você
está...

Sinto febre... meu corpo arde...
queima por dentro...
sente falta do seu corpo...
da silhueta delgada...
deitada a meu lado,
arfando... cansado...
mas numa alegria tamanha,
pois afinal pela primeira vez,
você tinha me feito mulher!

Ensinou-me a descobrir
os prazeres da carne... da alma...
a maciez de suas mãos,
acariciando meus cabelos,
meu rosto, meus seios
como um hábil professor de anatomia.

Seu amor me conquistou pouco a pouco,
e eu fui me entregando a você
por inteira... sem nenhum pudor... nenhum medo
eu sentia que aquele era o meu momento
onde eu ia vencendo os medos... os tabus...
os preconceitos.

Você se demorou na introdução
sem pressa, carinhosamente,
pacientemente...
ajudou-me a descobrir como
levar-te ao delírio, e alcançá-lo
no mesmo momento que você.
Você despertou em mim...a mulher
a fêmea...com seus medos e desejos.

Suas mãos delicadamente percorria
todo o meu corpo, meu sexo...
num vai e vem louco...
onde perdi a consciência... a inocência
deixei-me guiar pelos impulsos loucos
sentia que queria cada vez mais e mais...
eu precisava sentir você dentro de mim
invadindo meu ser... invadindo minhas
entranhas...

De repente como uma grande onda,
que invade a praia,
meu corpo sentiu o que era o prazer
descobriu nas suas carícias, o que
era realmente tornar-se mulher
profundamente... verdadeiramente.

A mancha que ficou nos lençóis, mas
parecia um botão desabrochando...
e realmente naquele momento
eu descobri que pertencia a você
por inteira...
era a mulher fogosa que estava
despertando..deixando seus instintos
sexuais fluírem, para a vida para o amor.

Quando fazíamos amor
nos transformávamos
parecíamos dois bailarinos
dançando sutilmente... suavemente
a dança do amor... da volúpia
e quando atingíamos o orgasmo
caíamos ardentes e desfalecidos
cansados... vencidos... pelo prazer.

Mas éramos muito jovens,
o sexo tornou-se um jogo
onde cada jogador tinha um trunfo
para poder vencer um ao outro.
Usávamos nossos corpos,
como armas poderosas...
travávamos nossas batalhas intimas
para mostrar quem era o vencedor.

Caímos nessa armadilha do destino
nos entregamos... sem piedade
e hoje..mergulho ma dor... na lembrança
daqueles momentos lindos, que findaram.
Hoje sinto que,
dessa experiência compartilhada,
você se fez metade de mim...
Metade que se fora... não sou completa,
me falta você, amor!


Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES - 19/08/2002 - 01:00 hs


 

 
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