UMA RENA, UM CARNEIRINHO... UM NATAL.

Luiz Poeta

Luiz Gilberto de Barros às 10 h e 33 min do dia

19 de novembro de 2011 do Rio de Janeiro – Brasil

 

Uma rena desgarrada do trenó,
Encontrou, na solidão do seu caminho,
Deprimido, abandonado, triste e só,
Silencioso e pensativo, um carneirinho...

 

Por notá-lo – mais que ela – tão sozinho,
Perguntou ao cabisbaixo animal:
- Aonde vais,  tão infeliz, pobre bichinho?
E ele disse: - Procurar o meu Natal.

 

- Teu Natal?... mas que Natal que tu procuras?
- Ora... aquele que celebra o nascimento
De Jesus... levando amor às criaturas
Que perderam sua fé por um momento.

 

- Sabe, amigo, eu busco o Papai Noel –
Disse a rena – tu aceitas um presente?
E o carneiro: - Nesse mundo tão cruel,
Só o amor é que me faz ficar contente.

 

- Mas é isto que te dou: o meu amor!
- Teu amor? de que amor que tu me falas?
O que tem um envoltório sedutor?
...ou aquele onde me amas quando calas?

 

- Como assim?... o meu presente é mais concreto...
- Mas se um dia o teu presente se quebrar?
- Lembrarás o teu amigo predileto:
Uma rena preocupada em ajudar.

 

- Puxa... rena, eu já te guardo no meu peito,
Vendo a tua mais fiel preocupação,
Entretanto, só te guardarei direito,
Se instalar o teu amor no coração.

 

E o amor que eu conheço não tem forma;
É essência cristalina, ele é composto
Da alegria que irmana e que transforma
Cada dor num riso solto em cada rosto.

 

Quando estavam conversando, eles notaram
Uma estrela que indicava um só caminho,
E a seguir, mais dois bichinhos se juntaram
Ao passeio: uma vaquinha e um burrinho.

Luiz Poeta
www.luizpoeta.com.br



Fundo Musical: It's Beginning To Look A Lot Like Christmas
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