Cálice

Recebi do amigo Maurício em 16/03/2007
 

Chico Buarque

 

Milton Nascimento

 

Cálice

"Chico Buarque & Milton Nascimento"

 


Pai...

Afasta de mim esse cálice...

Pai...

Afasta de mim esse cálice...

Pai...

Afasta de mim esse cálice...

De vinho tinto de sangue

Pai...

Afasta de mim esse cálice... Pai...

Afasta de mim esse cálice...

Pai

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue






Como beber dessa bebida amarga

Tragar a dor, engolir a labuta

Mesmo calada a boca, resta o peito

Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa

Melhor seria ser filho da outra (puta )

Outra realidade menos morta

Tanta mentira, tanta força bruta




Pai

Afasta de mim esse cálice


Pai


Afasta de mim esse cálice


Pai


Afasta de mim esse cálice


De vinho tinto de sangue



 

Como é difícil acordar calado

Se na calada da noite e me dano


Quero lançar um grito desumano


Que é uma maneira de ser escutado


Esse silencio todo me atordoa


Atordoado eu permaneço atento


Na arquibancada a qualquer momento


Ver emergir o monstro da lagoa



Pai

Afasta de mim esse cálice

Pai


Afasta de mim esse cálice

Pai


Afasta de mim esse cálice


De vinho tinto de sangue






De muito gorda a porca já não anda

De muito usada a faca já não corta

Como é difícil Pai abrir a porta

Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo

De que adianta ter boa vontade

Mesmo calado o peito resta a cuca

dos bêbados do centro da cidade


 

Pai

Afasta de mim esse cálice


Pai


Afasta de mim esse cálice


Pai


Afasta de mim esse cálice


De vinho tinto de sangue




 

Talvez o mundo não seja pequeno

Não seja vivo um fato consumado

Quero inventar o meu próprio pecado

Quero morrer do meu próprio veneno

Quero perder de vez tua cabeça

Minha cabeça perder teu juízo

Quero cheirar fumaça de óleo diesel

Me embriagar até que alguém me esqueça

 
 
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