EU SOU IGUAL

Wilson de Oliveira Carvalho

Em um desses momentos em que os
pensamentos alcançam voo, comecei
a questionar sobre os assuntos que
passavam, que nada tinham
de especial e muito menos comigo.
 
Embora fossem conjunturas com aspectos
fortuitos, fui surpreendido como uma
indagação que por momentos deixou-me
pensativo. Bem traduzido assim inquiria:
Se todos falam de amor, qual a razão de
tantos desencontros e destruição de afetos?
 
Qual seria o motivo que determinara a
divisão de dois corpos, que tempos atrás
juraram que entre eles o sentimento
não teria princípio e nem fim,
e por que do complexo de coisas singulares?
 
Sem encontrar uma resposta satisfatória
passei por uma sonolência de segundos,
e nessa intermitência minha mente
acomodou-se no vazio sendo circundado
por um dominante silêncio.
 
De volta ao estágio inicial já desperto
e refeito, argumentei como tentar o
o irrealizável se eu ainda
não resolvi minhas próprias contendas?
 
Afinal, minhas lágrimas ainda não secaram,
a saudade continua persistindo em morar
comigo em razão da mulher que era toda
minha querida, ter resolvido empreender
uma fuga transformando minha vida.
 
E assim combalido, como ajudar os que
sofrem se em seu meio ali também
estou, sem forças por ter sido
alcançado pelas mesmas garras do fatalismo?
 


Fundo Musical: Memory - Emilie Pandolfi









 
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