Trieto: Queijo mineiro


 
Recebi em 16/11/2005
 

Paçoca no Pilão - Margaret Pelicano

E o ploc-ploc do pilão
digeria a carne-seca com farinha,
numa gostosura e perfume do sertão.

Olhos esbugalhados, boca salivando,
a criançada olhava,
imaginando quando degustariam a 'comilancia'.

Paçoca era nossa comida predileta
mais arroz e feijão feitos no fogão a lenha.
Hum! uma bênção dos deuses.

Que rosquinhas, que doces de figo com leite,
nada disso nos encantava
o nosso deleite era queijo e rapadura de sobremesa
e paçoca em grande latada...

pouca não tinha graça, não matava a vontade
e até hoje, na melhor idade, minha boca saliva
querendo paçoca de carne seca de verdade!

Margaret Pelicano
Brasília - DF - 13/11/2005

Queijo mineiro - Valeriano Luiz da Silva

É mais um símbolo do brasileiro
O famoso queijo mineiro
Acho que é conhecido no mundo inteiro
Pelo sabor e o seu cheiro

Não precisa muito dinheiro
Pra comprar o queijo mineiro
Já estou escrevendo e com desejo
De saborear um biscoito ou pão de queijo

Ele acompanha a marmelada
A bananada e a goiabada
E o doce de leite então?
Como diz o mineiro ou trem bão!

Fica bom com macarrão
Pra colocar dentro do pão
Se faltar carne ou verdura
O queijinho é uma boa mistura

E o queijo com rapadura?
É uma gostosura!
O queijo mineiro é bom de qualquer jeito
Acho que ninguém encontra nele defeito

Uma boa ricota não faz mal
Pois leva soro de queijo sem sal
O enroladinho de queijo é muito gostoso
E o pastel então que saboroso!

Acho que já vou parar de poetizar...
Agora entendi porque os mineiros gostam de cantar...
"Oh! Minas Gerais Oh! Minas Gerais
Quem te conhece não esquece jamais"

Valeriano Luiz da Silva
Anápolis - GO - 14/11/2005

A morena do sertão! - Bernardino Matos

Carne de sol, carne seca, jabá,
o nome não importa, está no preparo o segredo,
com farinha, com rapadura, é um manjá,
bem batida no pilão, você pode comer sem medo.

Mais conhecida por paçoca, não escolhe companhia,
com arroz, feijão, torresmo, tripa frita, linguiça,
ela complementa qualquer sabor, dá até uma agonia,
deixa o nordestino troncho, lambe o beiço e enfeitiça.

É mais gostosa quando comida com a mão,
com o talher vira granfina, toda metida,
fica escapando do garfo, chora por um pilão,
quando substituída pelo arroz carreteiro, fica sentida.

A carne seca faz parte da paisagem do nordeste,
adora um banho de sol, é preparada só no sal,
e com aquela cor morena é a princesa do agreste,
só se come em prato fundo, servir pouco faz é mal.

E pra arrematar a sede, queijo com goiabada,
se for cascão o caba repete, perde a noção,
já estou com água na boca, uma vontade danada,
amanhã vou sair cedo, juro, vou comprar um pilão.

Sempre estou comprando um pedaço de coxão,
mato a saudade daquele tempo gostoso,
sem formalidade, quando sentado no chão,
com uma colher de sopa, ainda fico saudoso.

Bernardino Matos
Fortaleza - CE - 15/11/2005



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