Um momento... - Rivkah Cohen e Josemir Tadeu

Rivkah
Josemir

Interessante nossa mente,
parece uma estrela solta, luzente...
Ela vai e volta,
liberta e se solta,
literalmente viaja,
- como fosse saga, leve tarja -
vai embora,
feito o agora
e ainda leva a gente,
feito fluxo de luz, que aclara levemente.
Hoje,
feito grito ao longe,
a minha ignorou o tempo,
inseriu-se no contratempo,
foi além,
- do orbe do recanto que inda vem -
mas parece,
como ar que envelhece,
que não teve escolha também,
ficou parada na esperança do que vem,
pois me trouxe um momento
- assim como nuance de alento -
de um certo alguém...
- Uma imagem que m'alma retém -
Uma pessoa alegre, com muitos sonhos,
livre, leve, dono de regalos risonhos,
mas não era para menos,
- no seu rosto sereno -
tinha só 75 anos!
- uma vida, de onde não trouxe os danos... -
Ainda estavam se adaptando,
de soslaio caminhando,
ela, o marido e o filho,
e a estrada, longo trilho..
Tinham vindo de longe...
Da absconsa curva do onde.
Os anos passando,
- como corredeiras de rio desaguando -
e ela amando,
sublimando o sentimento, se entregando,
e a opção fez,
sem dúvidas ou talvez.

Afinal, Israel é o sonho
- vivo e risonho -
de todo judeu!
- povo que ao mundo se prometeu -
Já tinha feito muitos amigos,
feito em abraços, abrigos,
e até,

como num lapso de momento qualquer,
deixando de lado o polonês.
- um erros que criou corpo, e por segundos se fez -
Num domingo,
sol lindo,
dia de trabalho normal,
- de ir e vir trivial -
UM ATENTADO
- mais um ato de violência, desnudado -
e ela nunca mais se refez...
Perdendo-se na lágrima, que em seu rosto se fez...
Visitando-a no hospital,
coração disposto a um se dar cabal,
seu olhar
- de sofrido mirar -
absolutamente vago,
como embriaguez de um novo trago,
sem nitidez...
Ou o alento de uma outra chance, uma outra vez...
Virou o rosto
- tenso e adormecido pelo desgosto -
para o outro lado,
como o sorrateiro, que cresce calado,
e ao mundo disse adeus...
Partiu, rumo ao que julgava seu...
Não!
- não se prostrava ali um coração -
Ela não foi alvejada!
Não foi dilacerada!
Estava em casa,
tensa como seca água rasa,
quando a explosão se deu.
Quando o terror deu movimento ao que aconteceu.
A explosão não leva,
de forma maleva,
só quem está nela,
como fosse abertura de janela,
ou artefato de fatídica mazela.

Foi seu filho que morreu!
- alma que se elevou, e no outro lado,
no orbe do outro planeta,
por certo se livrou, cresceu -


Com carinho para H5l3A-15M10T

Rivkah Cohen
www.rivkah.com.br

Josemir Tadeu


 
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