CALADO  DE  AMOR

 

Um grito inaudível, impreciso,

Cortando a madrugada tão fria,

Parece sair de peito indeciso,

Cuja alma padece a dor, agonia...

 

Ser profano que ousou amar,

Ultrajando o próprio sentimento,

Deve o seu coração arrancar,

Dando fim a qualquer sofrimento.

 

Não sabes nada da vida, do amor,

Confunde emoção de todo sentir

E grita quer de alegria ou de dor

 

Nos teus lúgubres dias do porvir

De palavras que jazem sem cor,

Em versos que não se podem ouvir.

 

       

 

SONS  CRUZADOS

 

Ouço teu grito agudo, tal o meu,

Sons cruzados, vagando no horizonte,

Quiçá irmãos na dor que ambos tangeu;

Na agonia que enrugou, deles, a fronte.

 

Ser insano que o amor fez ultrajado,

Não pode mais matar sede a ninguém,

Que seja o seu fluido ora dissipado,

Posto o seu coração, longe, ao desdém.

 

Que é fútil, e d'amor não tem ciência;

Prova toda a emoção sem qualquer siso,

Pulando ora de dor ora de riso.

 

Sofrerá no futuro a consequência

Da tola ambiguidade, em decepção

E em versos desprovidos de emoção.

 

    

 

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