Agradecendo ao nobre Poeta, a qualidade e a ternura do soneto
com o qual, gentilmente, acompanhou os meus versos.
Carmo Vasconcelos
 

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MÃOS ENAMORADAS
Carmo Vasconcelos


Enlaçavam-se as mãos em alvoradas,
Ébrias manhãs de sol, noites aluadas,
Mas os astros fundiram-se, apagaram,
E as mãos, soltas, perdidas, se apartaram.

Seus corações, porém, sobreviveram
À escuridão que cegos os fizeram,
E em meio do desvario dessa cegueira,
Cada um se arrastou por nova esteira.

Agora, rente aos cardos do caminho,
Ambos os corações choram baixinho,
A sangrar no árduo piso dos escolhos…

Mas um dia, limpo o chão, secos os olhos,
Há-de emergir das provas que venceram,
O reencontro das mãos que se perderam!

***

Lisboa/Portugal
14/Fev/2011



DIA DOS NAMORADOS
Odir, de passagem


No dia consagrado aos namorados
tu não estás aqui nem eu contigo!
Será de meu destino algum castigo
ou serei eu pagando os meus pecados?

O tempo, que nos fez distanciados,
apesar dos pesares, eu bendigo
tão somente em razão do tempo antigo
que nos pôs, para sempre, apaixonados!

Se fosse o meu querer, queria agora,
quais pássaros há pouco libertados,
sair contigo pelo mundo afora!

E cuidando de ti com mais cuidados,
um de nós dois jamais iria embora,
presos estando pelos braços dados!


***

JPessoa, 14.02.2011
oklima


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