Tenho amigos maravilhosos.
Alguns ligam, outros mantêm contato comigo pelos meios que a
internet proporciona. Diariamente trocamos, dessa forma, as nos-sas
novidades.
Com o passar do tempo conheci a todos e aprendi a
respeitar a maneira de ser de cada um.
Há aqueles que são frágeis. Extremamente sensíveis se mago-am
com
facilidade.
Ao desabafarem desejam ser ouvidos em silêncio, sem nenhu-ma
interrupção, e qualquer conselho dado será por eles recusado.
Nada do que
lhes seja dito os ajudará. Em sua visão seu proble-mas não
têm solução.
Há aqueles
que são fortes.
Sua força interior é tão grande que eles conseguem deixar seus
problemas de lado para ajudar aos que deles precisam.
Oferecem aos
necessitados seu ombro amigo, abraçam com cari-nho e
deixam sair de seus lábios palavras reconfortantes.
Estes amigos,
por maior que seja sua dor, jamais se queixam, nem se
lastimam. Eles trazem dentro de si muita fé, e em seus co-rações uma confiança inabalável em Deus.
Há aqueles
que ficam ao nosso lado enquanto o clima está ameno, enquanto
estamos rindo e brincando, enfim enquanto esta-mos bem. Mas ao menor sinal de "ventos fortes, de céu escuro ou tempestade", ao saberem das
tristezas e das dificuldades pela qual estamos passando, eles simplesmente se
escondem.
Estes
desaparecem de nossas vidas como num passe de mágica. Não nos
visitam, não nos telefonam mais, nem retornam as nossas
ligações; param de
nos mandar e-mails, não respondem mais aos nossos; no messenger
ficam indefinidamente off-line, talvez por terem criado outro msn ou simplesmente
por nos terem bloqueado.
Se insistirmos em ligar para suas residências, eles não
atende-rão ao telefone, pois sem dúvida adquiriram um
identificador de chamada. Se por acaso alguém em sua casa atender ao telefo-ne, logo perguntará o nosso nome,
repeti-lo-á em voz alta e, de-pois de uma breve
pausa, ouviremos: "não está",
"acabou de sair".
Com o passar do tempo, a alegria e a felicidade voltam a
vol-tam a bater em nossa porta, e por incrível que pareça nossos ami-gos desaparecidos
também.
A esses
amigos, eu costumo chamar andorinhas... Eles
vão e voltam
conforme o tempo.
Na época em que não os compreendia, eu ficava profundamen-te magoada com essa atitude deles.
Mas amigos
espiritualistas deram-me uma explicação que me satisfez.
Explicaram-me que existem vários níveis espirituais, que pode-mos
comparar os espíritos aos degraus de uma escada interminá-vel.
Agora que compreendo meus amigos "andorinhas",
suas atitu-des já
não
me magoam mais; sei que o fazem, não o fazem por maldade.
Não posso pretender que alguém que esteja ao pé de uma
montanha
tenha a mesma visão daquele que se encontra em seu cume.