A dor da separação


      A dor da separação é terrível, aos poucos ela vai consumindo o nosso coração. Vasculhamos nossa mente em busca de uma expli-cação plausível, para podermos compreender o porquê da rejeição, pois dentro do nosso peito há a certeza de termos adotado sempre um comportamento irrepreensível, de termos sido honestos, traba-lhadores, bons companheiros e acima de tudo, termos dado o me-lhor de nós para fazermos com que outra parte fosse feliz.

      Machuca-nos profundamente recebermos, em troca de tanta de-dicação e amor, a ingratidão do abandono.

      Para equilibrar a dor, depois de alguns dias, nossa mente inver-te os pensamentos. Sofremos desta feita, por acreditarmos que nossos defeitos são tantos que não fomos feitos para sermos feli-zes. Nesse período começamos a nos desamar. O peito é invadi-do pela angústia de pensarmos que não fomos bons o bastante para sermos amados e por isso não conseguimos manter o ser amado junto de nós.

      Muitas vezes as lágrimas caem até nos levar à exaustão, outras vezes ficamos contando nossa história a quem quiser ouvi-la, e, ainda, em outras ocasiões, resolvemos escrever textos e textos fa-lando de abandono. Conversar com Deus, contar-Lhe toda a nossa dor e amargura, como se estivéssemos falando com um amigo ínti-mo, também nos faz muito bem, porque com Ele podemos falar tudo o que sentimos, sem sermos repreendidos.

      Passado algum tempo readquirimos o equilíbrio emocional. Com a mágoa e a dor amenizadas, sorrimos ao cruzar na rua com nosso ex-amor. Ao vê-lo notamos o quando ele é insignificante, que foi ele que não nos mereceu, que ele não era bastante bom para cami-nhar conosco lado a lado, na estrada de nossa vida.

Muriel E. T. N. Pokk
Texto registrado em cartório


 

 
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