Velhice ou idosidade


A diferença que existe entre ser velho, ou ser idoso, está na ma-neira como se encara o passar dos anos.

A esse respeito, li um pensamento muito interessante, de Oliver Wendel Thomas:

Jamais serei velho.

Para mim, a velhice é sempre 15 anos mais do que eu tenho...

Sem qualquer sombra de dúvida, são sábias palavras, pois as pes-soas que se consideram velhas com a simples passagem do tempo, realmente o são.

Na realidade, pode-se considerar que essa tal passagem do tempo traz como única consequência, algumas limitações físicas, que são muito bem compensadas pela larga experiência que os anos trazem para quem sabe equilibrar sua vida.

Essa experiência é exatamente o que permite dosar com muita in-teligência as limitações físicas, e assim sendo, pode-se fazer quase tudo que se fazia quando mais jovem, ou, falando-se mais eufemis-ticamente, quando se era menos idoso.

Além do que, crianças, o mais importante é a IDADE ESPIRITUAL.

Conservando-se o espírito jovem, não se entregando jamais, temos condições de nos manter na ativa.

O ponto básico é não se entregar ao peso dos anos.

Eles que passem, já que muito se fala na inexorabilidade do tem-po, mas temos que segurar nosso espírito ativo.

Não podemos nos abater com as limitações que a idade sempre traz.

Aceitá-las é uma coisa, entregarmo-nos a elas é outra muito dife-rente.

Esse é o segredo que pode nos manter vivos e espertos.

Manter-se em alguma atividade física, para manter a circulação sanguínea em condições de não permitir o endurecimento das arté-rias.

Manter-se em atividade intelectual, obrigando-se sempre a pensar, a trabalhar com a mente.

Uma das coisas mais prosaicas, mas que é um excelente estimulan-te neuronial, (avisem o Aurélio) são as palavras cruzadas, algo que exige grandes esforços das meninges, estimulando a memória.

Adquirir novos conhecimentos é um excelente estimulante.

Sair fora da rotina da vida.

Fazer algo que não fazia quando jovem.

Nesse ponto, a Internet ajuda muito.

Seja em que segmento for.

Já para aprender a lidar com ela, é algo que exige esforço mental, além do que, sempre está nos estimulando a pensar, obrigando-nos a manter uma constante atividade mental, pois está sempre evolu-indo, e sempre temos algo de novo para aprender.

Além do que, existe a possibilidade de mantermos contato com pessoas de diversas partes do mundo.

Isso logicamente além de ampliar nossos  horizontes, nos traz no-vos conhecimentos sobre muitas coisas de outros lugares possibili-tando fazer novas amizades com pessoas que, se estão longe  fisi-camente, chegam a fazer com que sintamos a presença a nosso la-do, tal a afinidade espiritual existente.

Há que se notar um número cada vez maior de idosos utilizando a Internet para as mais diversas finalidades, sempre procurando al-gum tipo de vida, fugindo de uma rotina que vem cada vez mais prejudicando a saúde das pessoas.

Para muita gente, o simples fato de se trocar algumas palavras com amigos distantes já é algo de muito importante para seu dia.

Para alguém que de repente se viu só, e que não tem muito pique para sair e procurar amigos, a solução está na maquininha de fa-zer doidos, que possibilita, sem precisar sair de casa, fazer novos amigos, bater gostosos papos, adquirir novos conhecimentos, en-fim, voltar a viver.

E isso é muito bom.

Basicamente, então o segredo é exatamente esse.

Sobreviver à passagem do tempo.

Não se entregar à temida velhice.

Idoso, sim... Velho, nunca.

Marcial Salaverry
Santos - SP
www.prosaepoesia.com.br


 

 
Anterior Próxima Crônicas Menu Principal