Lembrando Paraty
 
Recebi em 21/05/2023
 

A melhor coisa das viagens, é lembrá-las...
Principalmente quando as recordações são boas...
E o lugar realmente valeu a pena...
Ósculos e amplexos,
Marcial

LEMBRANDO PARATY
Marcial Salaverry


Uma viagem a uma cidade como Paraty, tem que ser encarada sob diversos pontos de vista, pelo muito que se há para ver, e tudo de uma beleza impar.

Um espetáculo agradável para os olhos.

A cidade propriamente dita, é toda ela uma autêntica memória viva.

Principalmente o chamado “Centro Histórico”.

É bem o centro da cidade mesmo, e em tudo e por tudo, é um mergulho em nossa história.

Antes que a ganância imobiliária transformasse tudo aquilo em pro-saicos e confortáveis “boulevards ”, para gáudio apenas dos turistas consumistas, o Condephaat houve por bem promover o tombamento de todo aquele casario, bem como a conservação do calçamento em pedras, (chamada de “pedras pé de moleque”) que já é uma autentica relíquia histórica.

Pouco confortável para quem percorre suas ruas, mas vale a pena fazê-lo.

Vale a pena ver e procurar mergulhar nas histórias, e muitas estórias que existem.

Não se sabe onde termina a história do que realmente aconteceu, das estórias criadas em torno do que é real.

Mas é verdadeiramente fascinante escutá-las todas, seja através dos guias de turismo, seja através dos habitantes.

É interessante ouvi-las in loco.

Uma das mais peculiares, fala da noiva que morreu na hora do casa-mento, e o noivo sonhou que estava viva e quis abrir o caixão, o que foi recusado.

Anos depois, o tumulo foi aberto, e notaram horrorizados, que a moça estava com o braço do lado de fora do caixão.

História? Estória? Sabe-se lá...

Outro detalhe interessante pode-se notar no meio fio, pois existe um desnível vindo dos dois lados da calçada para o meio da rua.

Existem duas explicações, ambas plausíveis, pois uma fala que é para o escoamento natural da subida da maré, que sempre invade esse lado da cidade, e outra, para o escoamento das águas servidas, pois em priscas eras não havia serviço de esgoto.

Atualmente sente-se apenas o cheiro de maresia, mas antes...

A chamada cidade nova, tem tudo o que se pode encontrar em cidades voltadas ao turismo, ou seja, pousadas e mais pousadas, hotéis, shopping, etc...

Mas o verdadeiro comércio de Paraty está nas lojinhas da cidade his-tórica, sendo aquele algo mais que atrai os turistas, sempre os cha-mando para visitas constantes apesar do desconforto de se andar por lá.

São centenas de pequenas lojas, com tudo que se possa comprar, ou quase tudo.

Paraty não dispõe de praias para banhos de mar.

Para tanto, será necessário o “sacrifício” de procurar as praias das muitas ilhas que existem por lá.

Com praias verdadeiramente paradisíacas.

Será preciso uma estadia muito longa, ou muitas estadias pequenas, para conhecer a todas.

A Natureza exige um capítulo à parte.

Não apenas a beleza que rodeia o lugar, e é visível sem sair da cidade.

O sol dá um show especial, corroborado por sua amante eterna, a lua, que não lhe fica atrás em beleza.

Mas isso, pode-se dizer que pode ser visto em outros locais.

Mas Paraty tem um certo clima que nos envolve numa aura de roman-tismo.

Mas o passeio de barco, que leva o dia todo, com delicioso almoço a bordo, é algo inesquecível.

Não apenas pelo passeio em si, que agrada até mesmo a quem tem medo do mar, pois as águas da baía são super calmas.

Até demais para meu gosto, pois sempre prefiro sentir o balanço do mar, mas nem todos pensam da mesma maneira.

Mergulhar naquelas águas plácidas e frias, dá um prazer enorme, pois faz quase que uma lavagem em nossos problemas.

Ficar boiando, apreciando o céu de um azul incrível, pássaros voando, e de vez em quando um mergulho para visitar os peixinhos, é bom demais.

E mergulhar ao lado de incontáveis peixinhos multicores que chegam a mordiscar nossa perna em busca de alimento, é verdadeiramente inenarrável.

Há que fazê-lo.

O visual das ilhas é um encanto para os olhos.

E as histórias e estórias que as envolvem, são um deleite para os ouvidos e para a imaginação.

A maioria delas é de propriedade de pobres milionários, que as ad-quiriram em operações (consta que em sua maioria produtos do fa-moso Caixa 2) envolvendo milhões de dólares, e construíram casas que são autenticas fortalezas, e sempre no meio das ilhas, para melhor defesa do território, e para fugir da curiosidade popular.

A visitação é proibida, pois fazem questão de manter sua privacidade, o que não se pode discutir.

Qualquer um faria o mesmo. Até a famosa “Ilha de Caras” só permite acesso com credenciamento.

Essa é a Paraty que vi.

Deixo de citar detalhes históricos, quase sempre enfadonhos, pois po-dem ser encontrados seja na leitura dos folhetos, distribuídos à von-tade, seja em sites da Internet...

Google tá aí pra isso... 

Pretendo voltar por lá, para ter novamente aquele LINDO DIA, que desejo a todos...

Estive lá em 11/2004, quando escrevi esta crônica, e ainda pretendo voltar...

Quem sabe um dia, nesta ou em outra passagem...


Marcial Salaverry


Formatado por Thereza Cristina

 
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