Consciência Negra


Falar-se em Consciência Negra, é algo que deve ser buscado em suas origens.

Os negros foram violentamente arrancados de seu torrão natal.

A violência sofrida fez com que se apegassem às suas origens, aos seus deuses, às suas crenças, como uma espécie de defesa contra as violências a que sempre foram submetidos.

Com a Abolição, começou outra espécie de preconceito. Os empre-gadores não conseguiam esquecer de que eram escravos recém li-bertos, sem qualquer tipo de cultura. Incapacitados portanto para qualquer tipo de trabalho que não fosse o braçal.

Assim a situação ficou durante muito tempo, com os negros prati-camente segregados, sendo muito difícil qualquer tipo de progres-so. O ingresso em escolas sempre era dificultado aos negros. Os problemas cada vez mais se acentuavam.

Contudo, com o passar do tempo, a situação foi mudando. Conse-quência natural da evolução mundial. As mudanças, no entanto, não foram tão radicais a ponto de se poder dizer que hoje em dia não existe qualquer tipo de restrição ao progresso dos negros.

Há que se notar que ainda existe uma quase segregação. Podemos dizer com mais propriedade que existe um preconceito não se pode dizer racial, mas sim quanto às reais qualificações dos negros.

As chances não são iguais. Poucos são os empregadores que, anali-sando duas fichas de candidatos com igual grau de conhecimen-to e de qualificações, irá empregar o candidato negro em detri-mento do branco.

Pode-se notar que na maioria das grandes Empresas, de qualquer tipo, são poucos os negros que conseguem cargos a nível de dire-ção. Será por incapacidade, ou por uma espécie de preconceito disfarçado? É algo para ser pensado e repensado.

Já está provado de que com as mesmas possibilidade de estudo e preparo, a cor da pele não significa que determinada pessoa tem maior ou menor capacidade de desenvolver o intelecto, ou de de-sempenhar funções. A questão é algo digno de estudos.

Analisar-se os porquês é uma outra questão. O que é necessário, é que certos conceitos e preconceitos sejam revistos, que se adquira uma melhor consciência da realidade, não digo nacional, mas mes-mo mundial.

Há que se rever certas posições para que doravante não se olhe mais para a cor da pele das pessoas, mas sim para sua real capaci-dade e inteligência.

Há que se evitar para o futuro esse tipo de coisas. A cor da pele não significa absolutamente nada para se aquilatar a real capacida-de das pessoas.

Para o Dia da Consciência Negra é esse apelo que fica. Igualdade total de oportunidades e possibilidades de desenvolvimento.

Marcial Salaverry
Santos - SP


 

 
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