Egrégora

Recebi em 13/04/2020


Habituada a despertar pela manhã com a algazarra das maritacas, formando um coral, ensurdecedor, dispensei os relógios.

As aves em grupos sobrevoam as matas, incansavelmente, durante horas, não, adianta querer voltar a dormir, pois, não se consegue.

Contudo, desde que foi decretado a quarentena, devido a pande-mia do Covid19, pelo vírus SARS-Cov2, a cidadezinha de Serra Ne-gra/SP, incrustada na serra, com população estimada de 29.229 habitantes, dados obtidos pelo último senso do ano de 2019, as pessoas, atendendo as solicitações, médicas, governamentais, tem estado realmente em recolhimento.

Estabelecimentos fecharam as portas, pessoas, não circulam pelas ruas a não ser, para fazer o estritamente, necessário.

Não se ouvem, gargalhadas de crianças, barulhos de motores de carros, motocicletas, sirenas, sinos das igrejas, não badalam.

Impera um silencio, sepulcral!

Até aí, nada de anormal diante a fase que estamos vivenciando, só, que algo chamou minha atenção, as maritacas, silenciaram de vez, gatos, sumiram de cima dos telhados, cachorros, não latem, bem-te-vis, sanhaços, sabias do campo que cantam o dia todo, silencia-ram!

Os colibris, beija flores, canarinhos da terra que alimento e forne-ço água, não, raro tenho que encher as garrafinhas, duas, vezes ao dia, tamanha é a assiduidade das aves, também, desapareceram como que, por encanto.

Hoje pensando nesse incidente lembrei-me de determinadas aulas que tive na época em que cursei Teosofia:

Alguns ensinamentos diziam que quando, uma energia, extensa for, emanada, sobre o planeta, seja ela, boa ou ruim, forma-se uma, egrégora, essa força energética, age, sobre todos os seres da natu-reza, indistintamente.

Nesse momento reavivei minhas lembranças, exemplos, que nos fo-ram passados, exercícios, vivenciados, e compreendi a razão do su-miço das aves.

Que essa energia criada por nós e expandida, sirva, não somente para evitarmos a propagação do vírus, circulante, mas, também para nos conscientizarmos do real papel que nos cabe como, seres humanos e irmãos que somos, habitando o mesmo planeta, dentro do contexto universal.

Nadir A. D'Onofrio
Serra Negra - SP - 23/03/2020


 

 
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