Inusitado encontro
 


Trilhava o artista dos pincéis, aquela rua na cidadezinha do interior.

Ele distribuía pequenos origamis de borboletas ao acaso em diferen-tes locais.

Era a forma de levar um pouco de felicidade a quem os encontras-sem.

Ele fotografava cada pequeno origami disseminado.

Nem sabia ele a razão daquela atitude.

O pintor encontrara-se com o esposo da poetisa dos versos livres e entregou a ele, uma pequena borboleta alaranjada, afim de que ela compusesse poemas nela inspirados.

Os poemas foram compostos, logo após o recebimento da enco-menda.

Naquela noite, a poetisa das letras livres recebera um e-mail do ar-tista, contendo as fotos tiradas por ele.

Havia também um desafio: tentar descobrir os locais onde as pe-quenas borboletas foram colocadas.

Alguns lugares foram reconhecidos, outros não.


No dia seguinte, a poetisa fora até o mercado fazer algumas com-pras.

Alheia ao mundo, ela parara, ao ver uma pequena borboleta de pa-pel vermelha pousada numa folhagem, bem próxima ao mercado.

Ela tomara o origami em suas mãos e colocara no bolso.

Pensara: “
_ Levarei junto para fazer companhia à outra!

Depois que fizera as compras, a poetisa lembrara-se do origami...

Levara a mão ao bolso...

Qual fora a sua surpresa: a borboleta não estava mais lá...


Por um momento, ela pensara em voltar ao mercado para procurá-la, mas refletiu: “_Se ela se foi assim como veio, não era para mim!

Felicidades a quem a encontrara depois disso, a poetisa desejara.


Denise de Souza Severgnini
Publicado no Recanto das Letras em 26/04/2009
Código do texto: T1560981




 
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